domingo, 27 de março de 2011

Legio Urbana Omnia Vincit

editado... tava meio bizarro, o blogger tinha comido um trecho do que eu escrevi; =(


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27 de março.
Há 51 anos nascia um dos poetas mais cativantes que este país já viu.


Renato sempre fez parte da minha vida.
Escuto Legião Urbana desde criança, desde bebê. Me traz boas lembranças. Muito boas.
Lembranças que me remetem ao meu querido irmão.


Daquele tempo em que eu era criança, e apenas descobria o mundo. Não precisa pensar nem analisar, apenas saber de tudo que existe e de tudo que acontece. Tempo em que eu podia constatar algum aspecto bastante cruel da vida - como crianças, exatamente como eu na época, dormindo em papelões no frio curitibano e passando fome;  coisa que por sinal eu nunca entendi -, e simplesmente ignorar, pensar que não era verdade, e inventar a história do mundo com meus brinquedos. Eles me bastavam.


Do tempo que eu colocava os vinis na sala e ficava pensando o dia todo no meu irmão, desejando que ele voltasse pra casa logo.


Ele é fanático por legião - ou era, hoje o coitado não tem mais tempo pra nada - e eu era fanática por ele. Logo, adorava estar em contato com as coisas que ele adorava, apenas pra poder sentí-lo mais perto de mim, visto que ele saía o dia todo e saiu de casa quando eu tinha apenas 7 anos.


Foi desde pequena que aprendi a gostar de ouvir as músicas do Renato. Não somente pelo meu irmão. Mas por, de alguma forma, sentir as músicas. É claro que eu não entendia bulhufas do que estava sendo dito, e olha que eu tentava, como tentava! Mas as coisas não faziam sentido no meu pequeno universo resumido a poucas palavras. Mas a música, a melodia... diziam tudo.


Não raros eram os dias que eu sentava na sala, sozinha, colocava um vinil e escutava Legião por horas e horas. Pensava nas letras. Tentava entender todo o sentimento que aquela voz me fazia perceber. Chorei muitas vezes. Sem nem mesmo entender uma palavra. Dizem que a música é a linguagem universal, não é?


E sinto as músicas até hoje.
Não raro me pego com vontade de ouvir Legião.
Concordo com meu irmão que não é todo dia que se pode ser legionário; não é todo dia que estamos no clima de ouvir Renato Russo.
Mas sua presença sempre foi constante em minha vida. Sempre.


Ouso dizer que conheço quase todas as músicas.
Sei cantar, e sei o que cada uma significa pra mim.
Impossível postar uma que me chame mais a atenção: amo todas, todas sem exceção.


Legião Urbana é parte da minha vida.
Sei que há quem ame, e há quem odeie, e arrisco dizer que quem odeia é porque não entende.
Simplesmente assim.


Eu entendo, cada momento de uma forma.
E me sinto acolhida, e compreendida.
E com uma angústia no peito que só quem sente sabe o que é.


Mas sempre com a nostalgia presente.
De um tempo ruim, mas ao mesmo tempo bom, que não volta mais...


Pra fechar, termino o post com uma das músicas que mais me dá nostalgia.
Do tempo que eu ficava pensando o que seria ter amigos, que precisavam trabalhar; o que seria essa coisa de não ter dinheiro; o que seria viver nesse mundo, que diziam ser tão difícil; sempre quis entender porque ele, homem feito, tinha medo e não conseguia dormir.


Hoje em dia eu sei.
E nesses dias tão estranhos, fica a poeira se escondendo pelos cantos...


7 comentários:

  1. talvez quem odeia Legião não é só pq não entende, mas pq não sabe sentir as músicas...

    adorei o post ;)

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  2. Ghost Girl aka Roberta LOL27 de março de 2011 às 20:58

    Eu tinha 14 anos quando o Renato morreu e lembro até hoje como foi esse dia. =(( Não tive a oportunidade de ir aos shows do Legião, mas lembro das muitas entrevistas que assisti do Renato, principalmente na MTV. Carismático, inteligentíssimo, sensível, enfim, um fofo em todos os sentidos. =)) Ele realmente foi um grande poeta e suas músicas nos tocam profundamente. Adoro todas as músicas, sem exceção de nenhuma. Amo ouvi-lo cantando em italiano. E ele cantando "Cherish" da Madonna? O que é aquilo? O que é aquela voz? Perfeito! Infelizmente ele foi embora muito jovem e ainda poderia fazer muitas coisas e músicas maravilhosas. As vezes fico imaginando o que Renato estaria fazendo HOJE nesse novo cenário musical que tanto mudou e vem evoluindo cada vez mais a cada dia. Saudades dele.... =((

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  3. "Carismático, inteligentíssimo, sensível, enfim, um fofo em todos os sentidos. "

    Concordo plenamente, roberta!!

    Nunca ouvi ele cantando cherish da madge... LOSTAO!!!!!!

    preciso ouviiirr aaaahhhhhhh

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  4. E sabe que eu sempre penso nisso? No que ele estaria fazendo hoje em dia, como seriam as músicas... penso mto... tamos precisando tanto....

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  5. Ghost Girl aka Roberta LOL28 de março de 2011 às 01:41

    @Letsa

    Sim! Eu fico curiosa pensando o que Renato diria sobre essa nova geração de bandas/cantores(as). Uma epidemia deles surgindo aos montes todos os dias. Só porcaria!!! *Sai correndo* LOSTAO

    E principalmente sobre a questão de downloads de músicas (fim do cd?) que é tanto discutido pelos artistas.

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  6. A Legião Urbana também me traz um monte de sensações e nostalgia. Gosto desde que era um piá de bosta... Quando as letras começaram a fazer mais sentido, fiquei viciado. Ainda sou, mas como bem pontuou, em certos momentos. Porque Legião não é só pra escutar lavando a louça, é pra cantar com o peito e sofrer ou se alegrar pra caralho.

    Vocês falaram bastante do Renato nos comentários, sobre as músicas e etc... Vale lembrar que as composições eram, quase que majoritariamente, do Dado. O Renato "só" escrevia as letras e criava a melodia. Muita gente diz que Legião qualquer um toca, porque é música de livrinho de violão. Hum, em partes, porque tocar por tocar não conta. Ou vc toca Legião com emoção, ou esquece. Então eu pergunto: onde tá a simplicidade das músicas dos caras? Nem nas letras, nem na execução, pra mim.

    Curti o post, fiquei nostálgico e vou colocar meu acústico mtv deles aqui. haha

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  7. Muito válido seu comentário.
    Principalmente as aspas com o "só".

    E concordo quando vc diz que tocar por tocar não rola.

    Simplicidade pra tocar mecanicamente, e ainda por cima sem entender nada.

    Isso não é simplicidade, isso é reducionismo.

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