quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

conjunto vazio


Não sirvo pra fazer ninguém feliz.
Não sou suficiente em nada. Absolutamente nada. Não sei o que vêem em mim, mas certamente a bondade está nos olhos de quem vê. Cada um enxerga o que quer e da forma que bem entender e quando olham pra mim, sempre vestem as lentes da benevolência.

Em nada sou útil, nada do pouco que sei serve pra alguma coisa.
Nada sei. Muito menos sei quem sou.
Sei que amo. Que choro. Que penso. E que sofro.
Sei também que odeio e que desprezo. Menosprezo. Mas não minto.

Tudo que eu toco se desfaz. Tudo que eu olho vira pedra.
Tudo que eu sinto não importa. Tudo que eu faço é um erro.
O meu tudo vira um grande nada aqui dentro.
Preencho o vazio, mas ele não me preenche.

Acrescento nada para ninguém. Não faço diferença.
Às vezes contribuo negativamente.
Nada do que tenho ou sou é bom. Nada sou.
O nada sou eu.

Acho que nem existo.
Quem dera eu realmente não existisse.
Sou um conjunto de tantas coisas que não deveriam existir.

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