segunda-feira, 6 de junho de 2011

Nada.

De tudo que vem
De tudo que chega
De tudo que vai
O que fica?

Dos dias, das horas,
de cada segundo, de cada palavra,
de cada risada, de casa desabafo,
o que resta?

Toda a relutância, toda a negação,
todo o esforço em dizer : não.
De tanta insistência, o não se foi.
E o que ficou?

Marés vem e vão.
Vem e vão.
Vem, mas também se vão.
Em vão.

De tudo que eu não quis querer,
de tudo que eu achei que podia ter.
De tudo que me ofereceu conforto,
o que ainda tenho o direito de desejar?

Não é questão de aprender;
não se controla o fluxo dos sentimentos.
Controle não existe; existe!
Não existe.
Existe sim!
Sei lá...

É tudo um grande arrependimento.
Pelo sim, e pelo não.
É tudo um grande sofrimento.

É como ir atender a campainha que toca incessantemente.
Ignorar, como?
Vencido pelo cansaço.
Abre-se a porta, e, cadê?
Nem o vento ousa dizer um uivo.

Não há palavras que consertem.
Não há palavras que respondam.

Só o vazio responde minhas perguntas.
O vazio dos dias  e o silêncio das horas.

E me respondem com uma pergunta retórica.
Simples, porém fatal.

Minha cara, ponha tudo na balança.
Tudo que veio, tudo que foi, tudo que machuca e que conforta.
E aí sim, após essas ponderações, nos diga
o que te sobra?

2 comentários:

  1. "De tudo que eu não quis querer,
    de tudo que eu achei que podia ter.
    De tudo que me ofereceu conforto,
    o que ainda tenho o direito de desejar?"


    "Minha cara, ponha tudo na balança.
    Tudo que veio, tudo que foi, tudo que machuca e que conforta.
    E aí sim, após essas ponderações, nos diga
    o que te sobra?"


    o____O


    Nada, nada, nada..... :(

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